quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Doença Silenciosa



Doença silenciosa, essa com certeza é a pior, não apresenta sintomas exteriores, como um vulcão adormecido que a qualquer momento pode acordar e quando acorda toma conta de seu corpo até então com saúde perfeita. Saúde essa que foi gabada por décadas, aliás, era motivo de orgulho poder andar de 10 a 15 km/dia, sem se cansar, sem ofegar, sem se queixar, por puro e simplesmente prazer em caminhar sozinho.

Meu pai era assim, homem de uma enorme vivacidade, vaidade, inteligentíssimo, poderia ter um carro se desejasse, mas nunca quis, porque como disse se ‘gabava’ de poder caminhar, ele foi condicionado a isso, se divertia sendo assim, para ele era sinônimo de liberdade e saúde, ir e vir sem ninguém a tiracolo, apenas com suas pernas fazer o que aprendemos desde tão cedo, ‘andar’.


Hoje já não podendo ser mais assim, não tendo condições físicas... por única e exclusiva culpa de uma doença que até então passa despercebido por muitos, o 'vício da bebida', vício esse que entra devagarzinho em nossas vidas, é só observar-mos novelas, BBB's, os jovens de hoje, eles comemoram qualquer coisa com o que mesmo?


Infelizmente no caso de meu pai demoramos a notar, não tínhamos tanta informação quanto hoje, até porque ele nem ‘sintomas’ apresentava, bebia a surdina, bebia na nossa frente também, dizia que era socialmente, quando notamos já era tarde.
Mas hoje eu posso fazer algo concretamente, alertando-os com o cuidado que devemos ter com essa doença que cada dia esta mais presente, infiltrando-se sorrateiramente, com desculpas esfarrapadas de alegria e felicidade. Para comemorar algo necessita brindar com álcool por quê? Eu sei o que esse vício causa em um ser que amamos e posso assegurar-lhes que não é bonito de se ver.
Assim como nossos pais desejam ver os filhos crescerem, estudarem, serem felizes... Os filhos também desejam vê-los envelhecerem com alegria, com saúde e isso nesse caso nem sempre acontece.

PS: Esse é um simples depoimento de uma filha que ama.
Agda